Pernambuco terá a primeira smart city da América Latina, em São Lourenço da Mata
Arte: Rafael Anderson | Imagem: Divulgação
Folhape.Muito se fala sobre a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Mas, o que pouco se discute é o legado que esse evento irá deixar no Estado. Desenvolvida em torno da Arena Pernambuco, a Cidade da Copa nasce com o projeto de se tornar a primeira smart city (cidade inteligente em inglês) da América Latina. Criada para o futuro, ela se propõe a ser bem mais do que um projeto inovador.
Para além do futurismo ou da ficção científica, uma cidade inteligente é composta por sistemas que tendem a facilitar a vida das pessoas. “Uma smart city é a união de uma infraestrutura urbana com o uso planejado, eficiente e coordenado de tecnologias que já existem”, descreveu o diretor de negócios da NEC, empresa especializada na implementação dos sistemas da smart city, Massato Takakuwa.
No projeto, a tecnologia será priorizada no monitoramento da segurança, gerenciamento de energia e na adoção de sistemas integrados. Entre elas, o mapeamento de trânsito, o digital signage com feedback, que assegura informação de acordo com ‘o perfil’ que a pessoa procura, são destaque, além dos já conhecidos e-bicycle, a biometria e o reconhecimento facial.
A partir da tecnologia digital sigment é possível, por exemplo, que o painel de uma praça de alimentação identifique o perfil do consumidor e ofereça possibilidades de cardápio de acordo com o tipo físico, atraves da identificação da altura e proporções físicas. Esse sistema, no entanto, ganha o título de ‘smart’ no momento em que identifica se a pessoa gostou ou não das opções oferecidas, visto que a máquina consegue visualizar, por meio das expressões faciais da pessoa, as opções listadas no painel.
“Pernambuco é a grande locomotiva do País, hoje. Além de ter uma nata vocação para a tecnologia. Onde há desenvolvimento, há oportunidade”, destaca Frederico Campos, diretor de marketing do Consórcio Odebrecht, empresa responsável pelas obras da Cidade da Copa. Segundo o secretário de relações institucionais da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), Gilberto Pimentel, é de todo interesse utilizar os sistemas produzidos pela mão de obra local.
“O Estado já é reconhecido pela seara de tecnologia. Tanto para valorizar a produção como para minimizar custos. Já que temos a oportunidade de construir algo diferente, temos como implantar características já desejadas”, comentou Pimentel, garantindo que a smart city não ficará isolada. No mundo, esse conceito já foi implantado em cidades do Japão, da China e da Índia.
Para os especialistas, o fato de a smart city ser construída em uma área virgem, é uma vantagem do projeto. “É muito mais fácil criar em cima de uma configuração dessa, pois, a cidade inteligente precisa respeitar preceitos urbanísticos, tecnológicos e arquitetônicos”, explica Massato Takakuwa.
De acordo com o especialista, ao contrário do que se imagina, uma cidade inteligente não é tão cara. “Para tudo há um custo. Mas, muitas vezes esse custo não é tão absurdo e vale mais a pena”, esclarece o diretor de negócios da NEC. Ainda não foram definidas as aplicações a serem implantadas na Cidade da Copa. Sabe-se, no entanto, que o projeto vai ocupar uma área de 240 hectares, o equivalente a 300 estádios de futebol, será concluído em etapas e estruturada em quatro pilares: moradia, trabalho, lazer e estudo.
A previsão é que as áreas de lazer e o campus universitário fiquem prontos até 2014. Entre 2015 e 2019 as primeiras unidades residenciais e empresariais vão começar a ser construídas.
Nessa fase também será concluída o centro de compras e o segundo pavilhão de eventos. Já as terceiras e a quarta fases, que irão complementar a etapa anterior, serão implementadas entre 2020 e 2024.
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