terça-feira, 5 de agosto de 2014

A importância das eleições

Por Rui Leitão
O Estado sou eu". Esta celébre frase de Luiz XIV, da França, o chamado Rei Sol, representa bem o significado do absolutismo, a concentração de poderes nas mãos de uma só pessoa ou de um só grupo politico. Na democracia nos é dada a oportunidade de pelo menos evitar que esse tipo de comportamento politico aconteça. As eleições nos oferecem as condições de evitar que alguem se perpetue no poder, proporcionando a alternância dos gestores, democratizando a sua distribuição, ao impedir que uma mesma pessoa ou grupo governe estado e município. A divisão de forças não permite que alguem possa se considerar superior no campo politico porque tem o domínio absoluto da gestão pública.
Precisamos viver numa sociedade livre, que tenha consciência de que não pode ficar à mercê de uma elite que se propõe perpetuar-se no poder. Até porque existem pessoas que não sabem exercer a autoridade que o povo lhe confere nas urnas. Julgam-se donos da verdade, "soberanos", na convicção de que "o mundo gira ao seu redor". Esse comportamento tipifica o ditador, o déspota, o tirano. Oferecer poder demais a pessoas com esse comportamento é um atentado aos principios mais elementares da democracia. Daí porque é tão importante promover a alternância do poder, a democratição da autoridade, a socialização do domínio politico.
Nós eleitores devemos ter a consciência de que não somos súditos. Somos cidadãos que buscamos uma sociedade igualitária e justa. Onde não existam superiores, no sentido de que devamos submissão e subserviência a quem quer seja. Os gestores públicos são circunstancialmente guindados a um poder de mando e de controle social. Isso, no entanto, não os credencia a tratar seus governados como se fossem subalternos, obedientes à imposição do "eu quero, eu posso, eu mando".
O voto é o instrumento que dá ao cidadão a força para dar resposta aos que não sabem conviver com o poder de mando. Através da manifestação democrática e sigilosa nas urnas o eleitor reprova o administrador público corrupto e déspota, e aprova aqueles que se conduzem com ética e responsabilidade no exercício dos seus mandatos conferidos pelo povo.

Deve prevalecer como verdade plena o que define a nossa Constituição: "Todo poder emana do povo e em seu nome deverá ser exercido". Tenho a firme esperança de que chegará o dia em que na sua grande maioria a sociedade brasileira tenha esse entendimento, não venda sua consciência, transformando o processo eleitoral no evento maior da democracia, elegendo livremente pessoas que possam verdadeiramente serem líderes, nunca personalidades que se julgam acima dos demais e portadores da visão politica de gestão pública totalitária.

Extraído do site wscom

Nenhum comentário:

Postar um comentário