Por Rui Leitão
O Estado sou eu". Esta celébre frase de Luiz XIV, da
França, o chamado Rei Sol, representa bem o significado do absolutismo, a
concentração de poderes nas mãos de uma só pessoa ou de um só grupo politico.
Na democracia nos é dada a oportunidade de pelo menos evitar que esse tipo de
comportamento politico aconteça. As eleições nos oferecem as condições de
evitar que alguem se perpetue no poder, proporcionando a alternância dos
gestores, democratizando a sua distribuição, ao impedir que uma mesma pessoa ou
grupo governe estado e município. A divisão de forças não permite que alguem
possa se considerar superior no campo politico porque tem o domínio absoluto da
gestão pública.
Precisamos viver numa sociedade livre, que tenha consciência
de que não pode ficar à mercê de uma elite que se propõe perpetuar-se no poder.
Até porque existem pessoas que não sabem exercer a autoridade que o povo lhe
confere nas urnas. Julgam-se donos da verdade, "soberanos", na
convicção de que "o mundo gira ao seu redor". Esse comportamento
tipifica o ditador, o déspota, o tirano. Oferecer poder demais a pessoas com
esse comportamento é um atentado aos principios mais elementares da democracia.
Daí porque é tão importante promover a alternância do poder, a democratição da
autoridade, a socialização do domínio politico.
Nós eleitores devemos ter a consciência de que não somos
súditos. Somos cidadãos que buscamos uma sociedade igualitária e justa. Onde
não existam superiores, no sentido de que devamos submissão e subserviência a
quem quer seja. Os gestores públicos são circunstancialmente guindados a um
poder de mando e de controle social. Isso, no entanto, não os credencia a
tratar seus governados como se fossem subalternos, obedientes à imposição do
"eu quero, eu posso, eu mando".
O voto é o instrumento que dá ao cidadão a força para dar
resposta aos que não sabem conviver com o poder de mando. Através da
manifestação democrática e sigilosa nas urnas o eleitor reprova o administrador
público corrupto e déspota, e aprova aqueles que se conduzem com ética e
responsabilidade no exercício dos seus mandatos conferidos pelo povo.
Deve prevalecer como verdade plena o que define a nossa
Constituição: "Todo poder emana do povo e em seu nome deverá ser
exercido". Tenho a firme esperança de que chegará o dia em que na sua
grande maioria a sociedade brasileira tenha esse entendimento, não venda sua
consciência, transformando o processo eleitoral no evento maior da democracia,
elegendo livremente pessoas que possam verdadeiramente serem líderes, nunca personalidades
que se julgam acima dos demais e portadores da visão politica de gestão pública
totalitária.
Extraído do site wscom
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