Aos poucos as mulheres estão conquistam o seu espaço na sociedade, o caminho aponta para a evolução na igualdade dos sexos, será uma grande conquista contra o machismo. Subordinação feminina vem dos tempos remotos, onde sua função era unicamente a reprodução da espécie .A mulher, para esse povo, necessitava ser preservada de ir à caça e à guerra. Assim, foram surgindo as tarefas e funções relacionadas ao espaço que elas habitavam.
Valer salienta que ainda ar um caminho árduo pela frente, por exemplo o caso
da presidente Dilma Rousseff é atípico. Ela foi eleita em cima da popularidade, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aprovada pela
população, mas não foi escolhida pelo partido. Além disso o problema maior esta nas zonas
afastada das capitais onde o coronelismo e o machismo são muito grande e a
falta de conhecimento acompanhado da miséria do povo agrava ainda mais a
participação da mulher na política.
Seguir uma matéria publicada em 15 de dezembro de 2013, na BBC mundo,por Raúl Fain Binda,que da panorama real do avanços das mulheres em especial na América latina.
O Chile elege uma
nova presidente neste domingo - seja a socialista Michelle Bachelet ou Evelyn
Matthei, de centro-direita -, que vai se somar a outras três governantes
mulheres na América Latina: Dilma Rousseff, a argentina Cristina Kirchner e a
costarriquenha Laura Chinchilla.
Será um feito
inédito: quatro mulheres governando simultaneamente. Mas cabe a pergunta: será
que a presença feminina representa maturidade política ou é uma brecha
momentânea na tradicional hegemonia masculina - uma concessão tácita a uma
mulher quando é conveniente?
Em uma época de
grande descrédito de políticos tradicionais, em geral homens, as mulheres
surgem como uma nova fonte de esperança. Para muitos partidos, elas representam
renovação e ter maior poder de captação de votos, além de enfrentar menos
resistência que o candidato típico.
Mas será que elas
realmente trazem mudanças concretas?
Damas de ferro
Até relativamente
pouco tempo, e em sociedades de tradição democrática, esperava-se apenas que as
mulheres - que passavam a maior parte do tempo em casa - participassem de ações
como eventos beneficentes ou debates.
Os políticos
dominantes cediam a mulheres cuidadosamente selecionadas alguns postos de
acordo com suas "virtudes femininas", mas sem poder real.
Se a mulher
superasse esse obstáculo e alcançasse um cargo de responsabilidade pública,
deveria passar, de maneira deliberada, uma imagem de energia intransigente e
falta de escrúpulos para "compensar" as virtudes atribuídas a ela de
solidariedade e compaixão - que um setor considerável do eleitorado (inclusive
o feminino) considerava mostras de debilidade.
Líderes da estatura
de Indira Gandhi (Índia), Golda Meir (Israel) e Margaret Thatcher, a "dama
de ferro" britânica, costumavam destacar a necessidade de se mostrar mais
energéticas do que às vezes consideravam prudente, para sufocar a desconfiança
instintiva sobre elas. Esse traço acabou sendo incorporado definitivamente à
sua imagem pessoal.
Essa necessidade
começa a desaparecer, e se multiplicam os exemplos de mulheres que facilitam a
ação política melhor do que seus colegas homens.
Já é evidente que a
mulher superou a etapa de mero acesso ao processo público e tem credibilidade
eleitoral e margem de ação política, requisitos essenciais para exercer o poder
de fato.
Presidentes latino-americanas
Isabel
Martínez de Perón:
companheira de chapa de seu marido, Juan Domingo Perón, assumiu a Presidência
argentina após a morte dele, em 1974. Foi derrocada por um golpe militar, em
1976.
|
Lidia Gueiler
Tejada: presidente
interina da Bolívia entre 1979-80. Fora presidente da Câmara dos Deputados.
Acabou destituída por um golpe militar liderado por seu primo, o general Luis
García Meza Tejada.
|
Ertha
Pascal-Trouillot:
presidente interina do Haiti entre 1990-91, na transição entre as
Presidências de Herard Abraham e Jean-Bertrand Aristide.
|
Violeta
Chamorro: presidente da
Nicarágua entre 1990-97. Foi a primeira mulher eleita presidente pelo voto
direto na América Latina.
|
Rosalía
Arteaga Serrano:
presidente interina do Equador durante três dias, em fevereiro de 1997.
Chocou-se com Fabián Alarcón, presidente do Congresso, que a destituiu com o
apoio do Exército até agosto de 1998.
|
Mireya
Moscoso: presidente do
Panamá entre 1999 e 2004. Herdeira política de seu primeiro marido, Arnulfo
Arias, três vezes presidente do país, mas chegou ao poder graças a seu
próprio esforço, mais de uma década depois de se tornar viúva.
|
Michelle Bachelet: presidente do
Chile entre 2006-2010.
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Cristina
Kirchner: presidente da
Argentina desde 2007; reeleita em 2011.
|
Laura
Chinchilla: presidente da
Costa Rica desde 2010.
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Dilma
Rousseff: presidente do
Brasil desde 2011.
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'Adultas de Washington'
Um caso exemplar é
o papel de 20 senadoras americanas (16 democratas e quatro republicanas) na
superação da paralisação parcial do governo, uma grave crise de governabilidade
que afetou os EUA em meados de outubro.
A revista Time
escreveu que "as mulheres são as últimas pessoas adultas de
Washington".
A senadora
democrata Amy Klobuchar disse que "as mulheres são uma força incrivelmente
positiva, porque nos gostamos mutuamente. Podemos trabalhar juntas e encontrar
terreno comum".
Claro que mulheres
e homens estão expostos a pressões e equívocos semelhantes, e não há provas de
que tenham enfoques éticos distintos. Mas se a descrição de Klobuchar convencer
o eleitorado, pode ter um efeito considerável.
Cálculo eleitoral
Laura Chinchilla
preside a Costa Rica desde 2010
O que cada vez mais
homens reconhecem é que a presença feminina não é necessariamente uma
concorrência indesejável, mas sim um recurso extra da máquina política: afinal,
metade do eleitorado é formado por mulheres.
No cálculo
eleitoral, chega um momento em que uma mulher oferece mais vantagens do que
desvantagens: quando a porcentagem de homens predispostos contra elas não for
alta o bastante para sufocar sua candidatura em outros setores sociais.
A candidata também
pode ser mais convincente que seu par masculino em promessas de atenção à
educação, à saúde e aos serviços sociais - temas de cada vez mais relevância em
campanhas. Representa, dessa forma, a possibilidade de uma mudança real, em vez
de mais do mesmo.
Tudo isso são
impressões, às vezes meras sombras (políticos e políticas também mudam de
acordo com as circunstâncias) e não há experiência acumulada o suficiente. Mas,
na política eleitoral, as impressões têm grande peso.
Antecedentes
Nos últimos 40
anos, houve dez presidentes mulheres na América Latina. A primeira herdou o
poder de seu companheiro; outras tiveram papel institucional em determinado
momento e um terceiro grupo, como as que estão atualmente no poder, batalhou
por seu próprio destino político.
Bachelet e Matthei
fizeram carreiras políticas independentes, mas a lembrança de seus pais - ambos
generais das Força Aérea, em polos políticos opostos - tem uma influência
inegável.
Em países europeus,
seja por hereditariedade (as rainhas britânica e dinamarquesa, por exemplo) ou
ação política (Margaret Thatcher, a alemã Angela Merkel, as irlandesas Mary
Robinson e Mary MacAleese), é mais comum a presença feminina nas chefias de
governo ou de Estado, com maridos que passam quase despercebidos.
Mas, ainda que
muitas partes do mundo tenham dado passos inegáveis pela integração das
mulheres às instâncias de poder, ainda não se pode falar de uma maturidade
definitiva - que chegará só quando não for mais notícia o fato de uma mulher
candidata ou eleita.
A participação
feminina também teria de crescer em outras instâncias. No Brasil, por exemplo,
apenas 12% das parlamentares são mulheres, disse à BBC Brasil a ministra de
Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
Mas a evolução se
acelera, rumo à igualdade plena de gêneros.
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