Bem articulada, a ativista
radical Elisa Quadros, mais conhecida como Sininho, já se tornou conhecida em
todo o país; adepta da estratégia Black Blocs, ela foi citada por Caio Silva
(acusado de matar o cinegrafista Santiago Andrade) como quem "manipula a
forma como a manifestação vai acontecer"; em sua página no Facebook, numa
postagem de 19 de janeiro, ela assume que foi a responsável por colocar "a
questão do dinheiro" na pauta da reunião e afirma que políticos deram
dinheiro sim; contra críticas, ela avisa que não vão conseguir
tirá-la das ruas; "Em relação aos políticos, que se fodam. Como vocês
também, vou detonar as eleições esse ano", afirma
247 -
O apelido faz referência à singela fadinha que acompanha o garoto que não quer
se tornar adulto, o Peter Pan. Mas as semelhanças param por aí. A Sininho da
vida real, a mais famosa Black Bloc do Brasil, é uma ativista radical que tem
praticado nos últimos meses, no Rio, terrorismo social, travestido de protesto
e manifestação violentas "contra tudo que está aí". Nem de longe,
Elisa Quadros lembra a personagem infantil quase angelical do desenho da Walt
Disney. Na verdade, ela é, segundo o depoimento
do acusado de matar o cinegrafista Santiago Andrade, Caio Silva de Souza,
quem "manipula a forma como a manifestação vai acontecer". E é também
quem gerencia o dinheiro que custeia o movimento e que paga os manifestantes.
Em sua página no Facebook, numa postagem de
19 de janeiro, Sininho afirma que foi ela mesmo quem colocou "a questão do
dinheiro". Logo depois ela diz que "eles deram dinheiro sim e não foi
nenhum segredo". E quem são "eles"? A resposta vem dela no
próprio texto: "políticos que doaram como civis". Reportagem
publicada mais cedo pelo 247 mostra quem são os políticos envolvidos (leia aqui)
- todos de partido de extrema-esquerda.
Sobre a morte do cinegrafista Santiago
Andrade, a Sininho gravou um vídeo tentando se justificar, sem demonstrar
qualquer sentimento pelo ocorrido: "Também não vamos tirar a
responsabilidade da Band, não só da Band, da Band, da Globo, da Record, dessas
emissoras que mandam seus jornalistas pra uma manifestação, que sabe que vai
ter bomba, que vai ter bomba da polícia. (...) E aí depois que acontece essa
tragédia, a culpa é só dos manifestantes que estão na rua?"
No Facebook, Sininho mostra disposição quase
infinita para o que ela chama de "revolução" e avisa que não vão
conseguir tirá-la das ruas. "Não tô aqui para fazer bonito pra ninguém. Em
relação aos políticos, que se fodam. Como vocês também, vou detonar as eleições
esse ano", afirma.
Dentro da estratégia Black Bloc de tumultuar
e tornar insustentáveis todas as iniciativas do poder público, seja o reajuste
das tarifas de ônibus, seja a realização da Copa do Mundo no país, a ativista
Elisa Quadros cumpre bem o seu papel. É toda de boa capacidade de retórica e
domina bem as premissas do grupo. Ou seja, é a peça principal para inflamar
potenciais manifestantes e "tocar o terror" nos protestos que se
tornaram tão comuns no país.
Nos próximos dias, Sininho deve entrar no
foco da polícia. Segundo o delegado que investiga o caso, o aliciamento de
manifestantes será próxima questão a ser tratada. Abaixo matéria da Agência
Brasil sobre isto:
Aliciamento de manifestantes tem que ser apurado em separado, diz
delegado
Cristina Indio do Brasil - Repórter da
Agência Brasil
O delegado Maurício Luciano, responsável
pelo inquérito que apura a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago
Andrade, disse que o fato de Caio Silva de Souza ter dito em depoimento, que há
aliciamento de manifestantes, não interfere no relatório que vai entregar
amanhã (14) ao Ministério Público. O delegado reafirmou que a possibilidade de
manifestantes receberem dinheiro para fazer atos violentos nos protestos faz
parte de uma outra investigação que vem sendo desenvolvida pela Polícia Civil
do Rio.
“O fato dele eventualmente receber dinheiro
para praticar atos ou não, não interfere em nada [no inquérito]. Esta
investigação poderá ajudar em outras investigações. O que ele citou de partidos
políticos, ou que alguém leva apetrechos explosivos para manifestações, que,
eventualmente, ele possa até ter recebido algum tipo de remuneração para
praticar atos de vandalismo, isso não interessa aqui para o inquérito. Repito,
para o inquérito nada mudou. Tudo permanece como está, com ambos [Caio Silva de
Souza e Fábio Raposo, suspeitos de terem praticado o crime] indiciados por
homicídio qualificado, por emprego de artefato explosivo e crime de explosão”,
explicou.
Para o delegado, o possível envolvimento dos
manifestantes com partidos políticos, conforme tinha denunciado o advogado dos
suspeitos, Jonas Tadeu Nunes, não interfere na questão da morte do
cinegrafista. “O que não posso, como presidente deste inquérito, é deixar que
essas questões interfiram na investigação. Esta investigação não pode ser
contaminada por qualquer outra informação. Não posso trazer ingrediente
político para cá. Não posso discutir se essas manifestações são patrocinadas,
se alguém banca, se alguém tem interesse em quebrar. Eu preciso apenas entregar
ao Ministério Público uma investigação de homicídio”, disse.
O delegado explicou, no entanto, que o crime
não está em aliciar ou pagar alguém para fazer manifestação, o que para ele
pode ser discutido sobre o ponto de vista moral e eleitoral, caso parta mesmo
de partidos políticos. O crime, para ele, é se isso acontecer no caso de os
manifestantes serem pagos para praticar atos violentos. “O que é crime é pagar
para incentivar a violência. Atos de hostilidade, de vandalismo. Isso que é
crime, e pode configurar uma organização criminosa. Se tenho alguém que
incentiva grupos a praticar um número indeterminado, de forma dividida, com
divisão de tarefas ou algum comando, que não precisa ser sofisticado, existe a
figura da organização criminosa”, analisou.
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