Gabriel
Castro, de Brasília, e Pâmela Oliveira, do Rio
Foto:CONTADORA – Ativista Sininho na porta do 17ª DP, no Rio.
Planilhas mostram que ela era uma das
responsáveis pela contabilidade dos Black Blocs (Gabriel de Paiva/Agência
O Globo)
Uma planilha obtida
pelo site de VEJA revela, pela primeira vez, nomes de políticos e autoridades
do Rio de Janeiro que doaram dinheiro ao grupo Black Bloc, responsável por
protagonizar cenas de depredação e vandalismo em manifestações pelo
país. A lista cita dois vereadores do PSOL, um delegado de polícia e um
juiz.
O repasse de dinheiro por políticos e autoridades não configura ilegalidade. Porém, as doações são um caminho para identificar o elo entre políticos e os mascarados que aparecem na linha de frente quando os protestos degeneram em tumulto e confusão. Um dos mais recentes chegou ao extremo de provocar a morte do cinegrafista Santiago Andrade.
O repasse de dinheiro por políticos e autoridades não configura ilegalidade. Porém, as doações são um caminho para identificar o elo entre políticos e os mascarados que aparecem na linha de frente quando os protestos degeneram em tumulto e confusão. Um dos mais recentes chegou ao extremo de provocar a morte do cinegrafista Santiago Andrade.
A contabilidade da
planilha a que o site de VEJA teve acesso se refere a um ato
realizado pelo grupo no dia 24 de dezembro, batizado "Mais amor,
menos capital". A manifestação – convocada como um ato cultural
– não terminou em vandalismo, como outras organizadas pelo mesmo grupo.
Mas a lista de doadores sugere ligações entre autoridades e militantes. A
tabela foi repassada por Elisa Quadros, conhecida como Sininho, em um
grupo fechado do Facebook.
Neste documento, aparecem os nomes dos vereadores Jefferson Moura (PSOL) e Renato Cinco (PSOL), apontados como doadores de 400 reais e 300 reais, respectivamente. O juiz João Damasceno aparece como doador de 100 reais, e o delegado Orlando Zaccone, de 200 reais.
Neste documento, aparecem os nomes dos vereadores Jefferson Moura (PSOL) e Renato Cinco (PSOL), apontados como doadores de 400 reais e 300 reais, respectivamente. O juiz João Damasceno aparece como doador de 100 reais, e o delegado Orlando Zaccone, de 200 reais.
Damasceno é um
antigo apoiador das manifestações de rua. Ele chegou a gravar um vídeo em apoio
aos protestos, apesar da violência causada pelo grupo que se veste de preto e
promove depredações. O delegado Orlando Zaccone tem um perfil pouco
convencional para delegados, e é conhecido crítico da atuação da própria
polícia.
Na planilha, além
de Sininho, outros nomes aparecem como arrecadadores: Paula, Rosi, Julinho e
Pâmela. Também há menções a duas colaborações do grupo cracker Anonymous,
que divulga manifestações na internet e invade sites.
Quando as menções a
doações de vereadores começaram a surgir nas redes sociais, Sininho se irritou.
"Eles deram dinheiro, sim, e não foi nenhum segredo, teve reuniões e isso
foi discutido e questionado", escreveu ela no Facebook. "Eles
doaram como civis e não políticos."
Mais um detalhe: a discussão ocorreu na página do Facebook chamada de "Censura Negada". Um dos administradores das postagens é identificado no mundo virtual como Dik ou Dikvigari Vignole. O nome dele no mundo real: Caio Silva de Souza. É o jovem que disparou o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade.
Mais um detalhe: a discussão ocorreu na página do Facebook chamada de "Censura Negada". Um dos administradores das postagens é identificado no mundo virtual como Dik ou Dikvigari Vignole. O nome dele no mundo real: Caio Silva de Souza. É o jovem que disparou o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade.
Respostas – A assessoria de Jefferson Moura
admitiu que a doação mencionada na planilha partiu de funcionários do
gabinete do parlamentar. Mas afirmou que o vereador já estava de
recesso quando os militantes pediram as doações. Porém, disse que
o parlamentar provavelmente doaria o dinheiro se estivesse presente.
O delegado Zaccone
confirmou ter doado 200 reais, mas disse que o dinheiro não era destinado aos
Black Blocs. Ele disse ter recebido um telefonema de Sininho, até então uma
desconhecida para ele, propondo que participasse de um debate no evento “Ceia
dos Excluídos”, em 23 de dezembro do ano passado. Como delegado de polícia, ele
deveria apresentar sua visão sobre direito de manifestação, Copa do Mundo e
cerceamento de liberdade. Segundo ele, advogados e representantes de movimentos
sociais integravam o grupo. “Achei interessante falar na Cinelândia. Já dei
palestras em universidades e me interesso pelo tema”, disse.
“Fiz a doação
para um evento cultural e vi para o que estava doando. Quando a Sininho ligou,
explicou que estava buscando aproximação com instituições e pessoas que não
visse o movimento com olhar criminalizante. A doação foi para o ‘Ocupa Câmara’,
não foi para o Black Bloc. Não tenho nada a omitir em relação a isso. A
Constituição garante o direito de se fazer tudo que não é proibido em lei. No
Brasil não é proibido fazer doação para evento com distribuição de alimento”,
afirmou. “Sou policial. Como vou financiar ou contribuir com pessoas que
entram em conflito com policiais?", disse.
O juiz Damasceno
negou ter contribuído financeiramente "para qualquer
manifestação ou entidade da sociedade civil que as convoque".
A assessoria do vereador Renato Cinco informou que ele está fora do Rio de Janeiro, em viagem. Em nota, confirmou a doação feita, mas negou que os 300 reais tenham sido destinados a black blocs. "O objetivo era oferecer um jantar natalino a moradores de rua na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro. Tanto que a lista inclui água, gelo, pão, rabanada e toalha papel", afirma o comunicado. "O vereador e seu partido repudiam ações violentas", acrescenta.
A assessoria do vereador Renato Cinco informou que ele está fora do Rio de Janeiro, em viagem. Em nota, confirmou a doação feita, mas negou que os 300 reais tenham sido destinados a black blocs. "O objetivo era oferecer um jantar natalino a moradores de rua na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro. Tanto que a lista inclui água, gelo, pão, rabanada e toalha papel", afirma o comunicado. "O vereador e seu partido repudiam ações violentas", acrescenta.
Confira a lista completa e muito mais: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/vereadores-juiz-e-delegado-aparecem-em-lista-de-doadores-de-sininho
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