Repórter da Agência Brasil
Brasília – Dos 12 estádios que
serão sede dos jogos da Copa de 2014, apenas quatro ultrapassaram a marca de
70% de execução das obras, de acordo com dados divulgados pelas construtoras.
São eles: o Castelão (87%), em Fortaleza (CE), Mineirão (78%), em Belo Horizonte
(MG), Nacional, em Brasília (72%), e a Fonte Nova (70%), em Salvador (BA). De
acordo com o Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), os que se
encontram mais atrasados são a Arena da Amazônia (45%), em Manaus (AM); e a
Arena das Dunas (30%), em Natal (RN).
Três estádios têm custos
estimados acima de R$ 800 milhões, segundo os orçamentos divulgados pelas
secretarias da Copa e pelos consórcios construtores. São eles o Maracanã (R$
859,9 milhões), a Arena Corinthians (R$ 820 milhões) e o Nacional de Brasília
(R$ 812,2 milhões). Esse último deverá ter o custo aumentado em R$ 173,9
milhões com as obras de cobertura. Os estádios Beira-Rio (R$ 330,00 milhões),
no Rio Grande do Sul, e a Arena da Baixada (R$ 183 milhões), no Paraná, são os
de menor custo estimado. “Mas também são os de menor intervenção”, explica o
presidente do Sinaenco, João Alberto Viol.
“A comparação de valores é
complicada, pois as obras têm graus de complexidade bastante distintos. Há
estádios que estão sendo construídos do zero e há reformas e modernizações que,
algumas vezes, incluem o entorno do estádio”, disse à Agência Brasil o engenheiro, referindo-se aos casos do
Mineirão, da Arena Pantanal e do Castelão. Outro fator que influencia nesses
valores é a diferença em termos de capacidade de público do estádio.
O retorno desses investimentos
não virão apenas de jogos de futebol. “O conceito de arena multiuso está sendo
aplicado em todos os projetos”, disse Viol. Entre os tipos de eventos que
poderão agregar receita aos estádios estão shows musicais,
feiras, campeonatos de atletismo e congressos.
Se as obras seguirem o caderno
de encargos da Fifa, que estabelece os chamados requesitos de hospitalidade, o
publico terá muito conforto para assistir aos jogos. “Os 12 estádios foram
projetados e estão sendo construídos de forma a atender a essas exigências,
portanto é de se esperar que todos irão oferecer excelentes condições de
conforto aos usuários”, informou o presidente do Sinaenco.
Outra preocupação da Fifa está
relacionada à questão da sustentabilidade e ao Programa Green Goal – ou meta
verde –, que busca soluções ecológicas como o aproveitamento da água da chuva
para abastecimento e da energia solar.
“A maioria dos estádios que
estão sendo reformados ou construídos inclui itens de sustentabilidade em seus
projetos, abrangendo por exemplo a destinação correta e/ou a reciclagem do lixo
a ser produzido [quando os estádios já estiverem funcionando] e dos rejeitos
originários da demolição de estruturas preexistentes [durante as obras]. Os
insumos comprados para a obra são certificados. Além disso, serão adotados
sistemas de energia renovável, em especial a solar, e de uso racional e reúso
da água”, detalhou Viol.
Segundo ele, a previsão é que
haja o plantio de árvores e pisos permeáveis nas áreas de estacionamento. “Até
o momento, já iniciaram os procedimentos para obter o certificado Leed, ou selo
verde de empreendimentos, as cidades de Brasília, Cuiabá, Belo Horizonte,
Manaus, Natal, Fortaleza, Salvador e do Recife”, acrescentou.
Edição: Graça Adjuto