Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O longa-metragem
documentário que retrata a vida de Ney Matogrosso é um dos filmes mais
esperados pelo público na mostra de hoje (22) do 45º Festival de Brasília do
Cinema Brasileiro. O diretor carioca Joel Pizzini reuniu e editou, em pouco mais
de 100 minutos de documentário, trechos de entrevistas, imagens e sons que o
artista colecionou ao longo de sua trajetória.
Com Olho Nu, Pizzini sintetiza momentos marcantes de Ney
Matogrosso no palco e em seu cotidiano, na tentativa de “desnudar o homem por
trás da fama”. As motivações, o senso crítico e o caráter libertário e o
ideário político que acompanharam o cantor desde o início de sua carreira são,
segundo ele mesmo, coerentes com seu atual pensamento.
“Eu sou uma pessoa livre,
defendo a liberdade sempre e vou morrer defendendo a liberdade de expressão”,
disse Ney Matogrosso destacando que o filme mostra apenas uma parcela de sua
história. “Não é possível traduzir uma vida inteira em um filme”, completou.
Segundo Ney, quando foi
convidado para protagonizar a produção documental, disponibilizou mais de 300
horas de gravações que tinha em seu acervo. “O Joel me disse que era muito
coerente, como se tivesse dado uma entrevista agora. Eu disse: está bom, então
você não vai me alugar para eu ficar falando, se você tem meu pensamento
exposto aí”, declarou, em tom de brincadeira.
Para o cantor, que acompanhou
a criação do Festival de Brasília e as primeiras exibições na capital do país,
participar do evento como personagem, este ano, “significa tudo. Foi aqui que
tudo começou para mim. Brasília é importantíssima para mim. Aqui, foi onde fiz
o primeiro curso de teatro, foi onde fiz teatro pela primeira vez, cantei pela
primeira vez. Isto tudo começou aqui”, lembrou.
Entre as atrações de hoje,
penúltimo dia festival, destacam-se, ainda, o curta-metragem documentário A Ditadura da Especulação, de Zé Furtado, que abre a
noite de exibições a partir das 19h. Como único representante do cinema
brasiliense, o documentário retrata o movimento de resistência ao avanço das
construções de um novo bairro (Noroeste) em Brasília, que acabou retirando do
local um antigo santuário indígena.
As exibições previstas ainda
incluem a animação Phantasma, de Alessandro Corrêa, que narra a história
de uma jovem cantora de ópera que busca o estrelato com a ajuda de um
misterioso personagem. Com o curta-metragem de ficção, Vestido de Laerte, os diretores paulistas Claudia
Priscilla e Pedro Marques levam para a grande tela, o cartunista Laerte.
Protagonista da trama, o cartunista percorre a cidade de São Paulo em busca de
um certificado.
O longa-metragem Noite de Reis, do carioca Vinicius Reis, encerra a
noite, levando para o público, um drama de uma família que tenta se reconstruir
depois da perda de um filho.
Os filmes da mostra competitiva
são exibidos simultaneamente no Teatro Nacional, no Plano Piloto, Teatro Sesc
Newton Rossi, em Ceilândia, Teatro de Sobradinho, Teatro Paulo Autran Sesc de
Taguatinga e no Teatro Sesc do Gama. As exibições serão reprisadas amanhã (23)
no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil.
Edição: Aécio
Amado
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