O Brasil deixou de
ser a 6ª maior economia do mundo e voltou para a sétima posição, atrás do Reino
Unido, mostra levantamento da Economist Intelligence Unit (EIU), braço de
análise da revista britânica Economist. A desvalorização do real em relação ao
dólar e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) aquém do esperado
levou a distância entre os dois países para a casa dos US$ 200 bilhões, o
equivalente ao PIB da Romênia, de forma que o Brasil só voltará a ultrapassar a
economia britânica em 2016.
No ano passado, um
levantamento do Centro de Pesquisa de Economia e Negócios (CEBR, na sigla em
inglês) colocou o Brasil à frente do Reino Unido. A crise financeira iniciada
em 2008 e a subsequente recessão teriam sido as principais responsáveis pela
queda do país europeu, enquanto o Brasil teria sido beneficiado pelo
crescimento das exportações para a China e o Extremo Oriente.
"Segundo
nossas estimativas, o País vai continuar crescendo mais do que o Reino Unido ao
longo desses anos, mas, levando em conta a evolução da taxa de câmbio projetada
para o período, o Brasil só voltará a ser sexto em 2016", explicou o
economista da EIU responsável pela América Latina, Robert Wood.
A EIUconsidera no
levantamento apenas o PIB nominal dos países (resultado da soma das riquezas
produzidas) convertido em dólar. Por isso, pesou a expressiva desvalorização do
real ante a moeda americana em 2012. Até sexta-feira, o dólar ganhava quase 12%
na comparação com o real. No mesmo período, a libra esterlina acumulava
valorização de quase 4% em relação à moeda americana.
Como é inimaginável
que o Brasil cresça os quase 16% que compensariam o desempenho das taxas de
câmbio no ano, o País perderia a sexta posição do ranking de qualquer forma. No
entanto, se o desempenho da economia brasileira fosse melhor, a diferença entre
os dois países seria inferior aos quase US$ 196 bilhões de hoje.
O Brasil cresceu
0,7% de janeiro a setembro deste ano, enquanto o Reino Unido registrou
estagnação no período. Caso o Brasil tivesse crescido no mesmo ritmo de outros
pares latino-americanos, como Chile e Peru, que vêm se expandindo na casa dos
5%, teria encurtado a distância.
O PIB nominal em
dólar é apenas uma das métricas usadas para medir o tamanho e o dinamismo de
uma economia. "Vários estudos apontam que, quanto maior é uma economia,
mais atraente é para investimentos estrangeiros", disse o professor de
economia do Insper Eduardo Correia. "Nesse quesito, portanto, o Brasil
está bem. Mas em várias outras medidas deixamos a desejar."
Para Correia se o
Brasil mantivesse uma média de crescimento anual ao redor de 3%, conseguiria,
pouco a pouco, reduzir a distância para as economias mais bem colocadas no
ranking. "Não importam muito as variações de curto prazo da economia, mas
seu desempenho em um período mais longo de tempo", comentou.
Extraído da http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Resultados/noticia/2012/12/brasil-perde-posto-de-6-maior-economia-do-mundo.html
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