Imagem de arquivo de 16 de junho de 2010, do mordomo do Papa, Paolo Gabriele (primeiro plano à esquerda), viajando com Bento XVI ao Vaticano (Foto: FE/Ettore Ferrari)
O mordomo do papa Bento XVI, o italiano Paolo Gabriele, e
outro empregado do Vaticano serão processados pelo roubo e vazamento dos
documentos secretos da Santa Sé, segundo a sentença do juiz do Tribunal de
Estado do Vaticano, Piero Antonio Bonnet.
O Vaticano entregou nesta
segunda-feira (13) aos meios de comunicação dois documentos sobre o caso
Gabriele: o pedido de processo por parte do promotor de Justiça do Vaticano,
Nicola Picardi, e a sentença de Bonnet.
Junto com Gabriele, de 46
anos, acusado de “roubo com agravante”, o juiz acusa também o italiano Claudio
Sciarpelleti, de 48 anos, “por ter favorecido o roubo com agravante de violação
de segredo”.
A pena dos acusados será
definida depois de 20 de setembro, quando os tribunais do Vaticano voltarem de
recesso. A pena de Gabriele pode variar entre um e seis anos informou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
Sciarpelleti é um técnico de informática da Secretária de
Estado, amigo de Gabriele, e foi investigado um dia depois da detenção do
mordomo do papa, disse o porta-voz do Vaticano.
O técnico esteve detido
durante uma noite e na manhã seguinte foi liberado porque os magistrados
consideraram que não era necessário mantê-lo preso, ao contrário de Gabriele,
que está em prisão domiciliar desde 21 de julho. Ele deve permanecer detido até
o julgamento, disse Lombardi.
Gabriele admitiu ter cometido
o crime com o objetivo “melhorar a situação que se vive no interior do Vaticano
e nunca para prejudicar a igreja e seu pastor”, explicou a sentença.
Sobre Sciarpelleti, Lombardi
sustentou que “o único motivo pelo qual foi acusado é porque tinha uma relação
de amizade com Gabriele e não foi considerado como um cúmplice”.
“(Sciarpelleti) é enviado a
julgamento porque seus testemunhos foram contraditórios e não se expressou com
coerência”, disse. O funcionário se “encontra em liberdade, em suspensão
cautelar, embora receba seu salário”, disse Lombardi.
O escândalo
O escândalo dos vazamentos de documentos confidenciais da
Santa Sé veio a tona no começo do ano, quando um canal de televisão italiano
divulgou cartas enviadas a Bento XVI pelo núncio nos EUA, Carlo Maria Viganó,
nas quais denunciava a “corrupção, má-fé e má gestão” na administração do
Vaticano.
Em meados de abril, o papa
criou uma comissão para esclarecer o roubo e o vazamento de centenas de
documentos privados, e em 19 de maio o livro “Sua Santidade”, de Gian Luigi
Nuzzi, foi lançado com uma centena de novos documentos secretos do Vaticano que
revelam tramas e intrigas no pequeno Estado.
Fonte:Chicoterra.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário