Imagem extraída do site da Band
Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As campanhas de combate ao tabagismo
também precisam conscientizar a população idosa. No Dia Nacional sem Tabaco,
celebrado hoje (29), médicos alertam para a necessidade de políticas públicas
voltadas para o abandono do vício entre os idosos, grupo que aumenta ano a ano
com o envelhecimento da população.
Para o diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (SBGG), Daniel Kitner, hoje há muitas campanhas de prevenção para
evitar o início do fumo, mas faltam as de promoção para a interrupção do vício.
"Precisamos de políticas que procurem estimular
esses idosos a deixar o fumo. É extremamente difícil, pois é necessário
convencer esse fumante de que é possível [parar]”, disse o médico. Segundo ele,
apesar dos danos acumulados no organismo do idoso, “ainda há tempo de melhorar
a qualidade de vida com a suspensão do fumo”.
O diretor da SBGG lamentou que o idoso seja um público
ainda invisível e excluído de políticas públicas em geral. “É um contrassenso,
pois os idosos são uma população em franca expansão”.
O diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de
Família e Comunidade (SBMFC), Ademir Lopes Jr., ressaltou que combater o
tabagismo entre os idosos significa menos internações, remédios e tratamentos
para essa faixa etária e, conseqüentemente, economia para o Sistema Único de
Saúde (SUS).
“A população idosa é a que mais utiliza os serviços de
saúde. Idosos que já foram fumantes por muito tempo e que têm a doença pulmonar
obstrutiva crônica, aquela bronquite do idoso, quando param de fumar, as crises
melhoram. Essa melhora reduz também o custo do sistema de saúde como um todo”.
Lopes sugeriu que uma estratégia interessante seria a
de incluir mensagens para os idosos nas caixas dos cigarros, cujos versos falam
sobre os riscos do tabaco. Esses alertas hoje são voltados principalmente para
jovens, homens e gestantes.
Embora acredite que as campanhas devem incluir os
idosos, Lopes elogiou as estratégias e os tratamentos implementados pelo
Ministério da Saúde no combate ao tabaco e disse que elas vêm contribuindo para
a diminuição da incidência de fumantes como um todo, inclusive entre idosos.
Segundo o Ministério da Saúde, o número de fumantes
permanece em queda no Brasil: de 2006 a 2011, o percentual de fumantes passou
de 16,2% para 14,8%.
Em relação à população idosa, esse percentual é de
cerca de 12%, de acordo com uma pesquisa apresentada no início do ano pelas
universidades Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo (USP), Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Botucatu, e Secretaria da
Saúde do estado.
O resultado do estudo sugere a criação de políticas
públicas que ofereçam tratamento e apoio, sobretudo, aos idosos pertencentes ao
segmento social de menor renda per capita. A proposta inclui acompanhamento dos problemas
de depressão, além do incentivo a práticas saudáveis, como atividades físicas.
Edição: Davi Oliveira
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