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Nos últimos anos, o percentual de fumantes na população
caiu. Mas 25 milhões de brasileiros ainda fumam.
No Dia Nacional de Combate ao Fumo,
especialistas alertam: quem convive com o cigarro - mesmo sem fumar - também
corre riscos.
São 52 anos de um casamento perfeito – ou
quase. Dona Wilma e seu Pedro têm um único motivo para o desentendimento: o
cigarro.
“Acaba de manhã um cafezinho, você fuma um
cigarro, é gostoso. Acaba de almoçar é a minha sobremesa”, conta Wilma Vivas.
“Eu sou contra cigarro. Eu zango com ela. Eu
sou contra. Se alguém tiver fumando um charuto, por exemplo, perto de mim, eu
vou para longe”, diz Pedro Vivas.
O pai de seu Pedro fumava, os empregados
fumavam, o sogro fumava, os amigos fumavam. Ele nunca fumou. Ela fuma desde os
18 anos. Seu Pedro já teve dois enfartes. E as estatísticas de mortes por
tabagismo passivo são desanimadoras.
Segundo o Inca, morrem por ano 2.6 mil
pessoas que não fumam, mas que vivem perto de quem fuma. O tabagista passivo
tem 30% de riscos a mais de desenvolver câncer de pulmão e 24% de sofrer
infarto e doenças cardiovasculares.
Crianças que convivem com adultos fumantes
podem ter um triste futuro. “As doenças respiratórias claramente estão
demonstradas que pioram em crianças que convivem com fumantes. Mas estudos
feitos no final da década de 90 mostraram que crianças que convivem com
fumantes têm lesões que vão ser mais a frente a causa do infarto agudo”,
explica o cardiologista Ronaldo Leão.
As campanhas contra cigarro conseguiram
reduzir quase pela metade o percentual de fumantes. Eram 32% da população, hoje
são 17%. Ainda assim, é muita gente fumando.
“O tabagismo é uma doença crônica, uma
dependência da nicotina, uma epidemia. Você vê que temos cerca de 25 milhões de
fumantes no Brasil. São 1,3 bilhão de fumantes no mundo”, afirma Ricardo
Meirelles, pneumologista do Inca.
Esta epidemia mata sete pessoas por dia. “Tem
estudos que também provam que pessoas que convivem 20 anos com fumantes no
trabalho têm uma queda da sua capacidade respiratória como se fosse fumante de
dez cigarros por dia”, diz o pneumologista.
Na família de Dona Wilma, todos fazem
campanha para ela parar. Não adianta. “O cigarro é uma fuga, a verdade é essa.
Você está nervoso, você puxa um cigarrinho. Eu acho que se eu tivesse força de
vontade mesmo deixaria”, conta.
“Existem estratégias e ferramentas muito eficientes contra o
vício”, afirma o Dr. Luís Fernando
Para conversar sobre o assunto, o Bom Dia
Brasil conversou com o Dr. Luis Fernando Correia. O médico explica que força de
vontade nem sempre é suficiente para deixar de fumar. “O vício do cigarro é
muito potente. A nicotina é um aditivo muito potente. Na verdade, a pessoa
precisa de muita ajuda para parar de fumar”, diz. Segundo ele, de um grupo de
quatro pessoas que tentam deixar o cigarro, três não conseguem na primeira
tentativa. “A maioria vai precisar tentar várias vezes na vida”, completa.
O Dr. Luis Fernando explica que existem
estratégias e ferramentas muito eficientes contra o vício. “São medicamentos
para diminuir a compulsão pelo vício, substitutos para a nicotina, como o
chiclete e adesivos. Além de aconselhamentos em grupos e o exercício físico. A
combinação disso tudo leva a uma chance de sucesso maior”, diz.
Segundo o médico, o principal é descobrir o “gatilho”
que leva ao cigarro. “Pode ser um cafezinho, a sobremesa, a convivência com um
amigo no bar. Conhecendo o gatilho, você pode se programar e evitar a armadilha
no dia a dia”, aponta.
Fonte: G1.globo.com
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