Pesquisadores americanos identificaram em asiáticos
uma doença de causa desconhecida cujos sintomas são semelhantes aos da aids. Em
artigo publicado nesta quinta-feira no periódico The New England Journal of
Medicine, eles afirmaram que trata-se também de uma imunodeficiência adquirida,
ou seja, que não é hereditária e que prejudica o sistema imunológico. A
condição, no entanto, não é provocada pelo vírus HIV e parece não ser
contagiosa.
Ainda de acordo com os
pesquisadores, a doença se desenvolve em pessoas de, em média, 50 anos de
idade. Como ela não é hereditária, é improvável que um único gene provoque o
problema. Os autores afirmam que alguns pacientes, mas não especificaram
quantos, morreram de infecções muito graves após apresentarem esse problema.
A pesquisa foi desenvolvida
por especialistas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas
(NIAID, sigla em inglês) dos Estados Unidos, que analisaram mais de 200 pessoas
de 18 a 78 anos de Taiwan e da Tailândia, países que concentraram a maior parte
dos casos registrados desde 2004.
Segundo o artigo, a maioria
dos indivíduos que tinha a nova doença produziu substâncias chamadas
auto-anticorpos, que bloqueiam uma sinalização química do organismo que ajuda o
corpo a identificar infecções. Ou seja, é diferente da ação do vírus HIV, que
ataca as células do nosso sistema de defesa.
No entanto, quando esses
sinais são bloqueados, os sintomas da doença se parecem com os da aids —
vulneráveis à invasão de vírus, fungos, parasitas e especialmente de
micobactéria não-tuberculosa, um microorganismo parecido com o que causa a
tuberculose. Os pesquisadores não identificaram o que leva as pessoas a
produzir esses auto-anticorpos, mas eles sugerem que eles surgem ao longo da
vida em decorrência de uma combinação de fatores ambientais e genéticos.
Abordagens — De acordo com os
especialistas, o uso de antibióticos nesses casos nem sempre é eficaz. Por
isso, os médicos vêm tentando abordagens diferentes, incluindo o uso de uma
droga contra o câncer que suprime a produção de anticorpos. O medicamento
atenuou os sintomas da doença em alguns pacientes, mas não a eliminou
completamente, o que leva os especialistas a acreditarem no caráter crônico da
condição.
Fonte: Cenariomt.com.br
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