O envelhecimento da população fará com que os gastos
públicos com assistência ambulatorial no País cheguem a R$ 33,4 bilhões em
2030. Este valor equivalerá a 2,3 vezes os gastos de R$ 14,8 bilhões realizados
com estes serviços em 2010.
Os dados constam de
levantamento que o Instituto de Estudo de Saúde Suplementar (IESS) divulgou
nesta terça-feira (27) no "Seminário Internacional: Projeções do Custo do
Envelhecimento no Brasil", realizado na sede da Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
De acordo com os autores do
estudo, "o cenário em referência se aproxima daquele que considera o
crescimento dos gastos totais de acordo com o crescimento previsto da economia
de 4% ao ano". O trabalho ainda afirma que os grupos etários que mais
contribuirão para o crescimento nos gastos serão os idosos acima de 60 anos e
os que menos contribuirão serão as crianças e adolescentes.
"O cenário que considera
a variação das taxas de utilização e dos gastos médios por grupo etário resulta
em maior participação relativa dos idosos sobre os gastos totais em 2030, que
aumentariam entre 22,4% e 53,3%", mostra o levantamento. Com relação às despesas
públicas com assistência hospitalar, segundo o IESS, o maior gasto seria com a
retomada das taxas de internação por faixa etária aos níveis observados em 1995
(que foram de 10%), em conjunto com o envelhecimento populacional.
"O gasto esperado é da
ordem de R$ 30,1 bilhões, cerca de 2,8 vezes superior ao gasto com internação
observado em 2010", afirma o documento. O estudo mostra também que o
cenário que contempla o efeito demográfico e a variação das taxas de internação
por faixa etária de acordo com a média histórica (cenário de menor utilização)
é o único que resulta em gastos esperados menores que os observados em 2010,
evidenciando que o efeito negativo da redução nas taxas de utilização sobre os
gastos é maior que o efeito positivo relacionado às mudanças demográficas.
"Esse cenário levaria a
um gasto de R$ 9,2 bilhões, inferior aos R$ 10,7 bilhões observados em
2010", mostra o estudo.
O trabalho indica que,
comparativamente à contribuição relativa observada em 2010, todos os cenários
apresentam um aumento da representatividade dos idosos no gasto total. As
faixas etárias com maior variação positiva são as de 60 a 69 anos e de 70 a 79
anos.
Efeito demográfico
O estudo mostra ainda que o
gasto público com assistência hospitalar e ambulatorial em 2030, considerando
apenas o efeito demográfico, será da ordem de R$ 35,8 bilhões ante R$ 25,5
bilhões em 2010. "Se as taxas de utilização e os gastos médios crescerem,
o cenário mais plausível, considerando as inovações tecnológicas na área da
saúde, é de que o gasto chegará a R$ 63,5 bilhões em 2030, um aumento de 149%
em relação a 2010".
Caso a economia cresça 2% ao
ano, em 2030 os gastos assistenciais ambulatoriais e hospitalares do Sistema
Único de Saúde (SUS) representarão 1,1% do PIB, considerando o envelhecimento
populacional e o crescimento nas taxas de utilização e gastos médios por grupo
etário. Se a economia crescer 4% ao ano, esses gastos assistenciais irão
consumir 0,8% do PIB.
http://noticias.r7.com/saude/envelhecimento+elevara+gasto+publico+com+internacoes+aponta+estudo-27112012
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