Aline Leal
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No Dia Nacional do
Cirurgião-Dentista e da Saúde Bucal, o presidente da Associação Brasileira de
Odontologia (ABO), Newton Miranda de Carvalho, diz que gostaria de voltar ao
sistema antigo em que, em vez de o profissional estar apenas no consultório,
ele atuava nas escolas primárias. ”Nós reduzimos muito o número de cáries com
esse sistema”, informa.
“O problema básico é que a
educação para a saúde ainda é deficiente. A ação governamental ainda é
insuficiente” acrescenta.
De acordo com o Ministério da
Saúde, o Brasil tem 22.139 equipes de saúde bucal em atuação. Mesmo assim,
Carvalho conta que ainda há 27 milhões de brasileiros que nunca foram a um
dentista, por falta de informação ou por falta de acesso. “As 22 mil equipes de
saúde bucal que existem no Brasil são um grande avanço, mas insuficientes para
colocar o problema da saúde bucal em patamares aceitáveis”, diz Carvalho.
Aline Lopes, dentista de um
núcleo de saúde da família em Samambaia, cidade do Distrito Federal,destaca a
importância da atuação de uma equipe como essa na comunidade. ”A grande
vantagem é que a gente consegue ficar próxima do paciente. Eu conheço as
famílias que atendo. Consigo rastreá-las, acompanhá-las desde a raiz dos seus
problemas”, conta.
O Brasil concentra o maior
número de dentistas do mundo, mas “a má distribuição geográfica é o problema” ,
diz o presidente da ABO. Newton de Carvalho explica que em um simples exame o
dentista pode detectar o início de problemas que vão de uma simples cárie até
algo mais sério, como o câncer de boca.
"O câncer bucal esta
aumentando de forma absurda. Em 2012, estimamos que cerca de 7 mil pessoas
foram diagnosticadas com a doença. Para 2013, estimamos 14 mil. Isso é um
índice muito alto, está dobrando em pouco espaço de tempo. É o fumo, o álcool,
o sol sem proteção, a radiação ataca o lábio", alerta Carvalho.
Além disso, o presidente da
ABO explica que a literatura científica médica e odontológica é rica em
exemplos de relações comprovadas entre a boca e doenças cardíacas e pulmonares,
diabetes, hipertensão e até o nascimento de bebês prematuros.
Newton de Carvalho recomenda a
ida ao dentista de seis em seis meses. “Que escovem os dentes de três a quatro
vezes por dia e não deixem de ir ao dentista. Não é só quando o dente dói
que devemos ir ao dentista. Muitas vezes quando o dente dói, o problema já está
avançado”. Para ele, o Dia Nacional do Cirurgião-Dentista “não é só de
comemorações, é para lembrar que existem doenças bucais”.
Edição: Graça
Adjuto
SINTONIZANDO O LEITOR
No Brasil, mais de 50% das crianças de 5 anos têm cárie, alerta associação
Aline Leal
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dados do Ministério da Saúde mostram que, aos 5
anos de idade, mais de 53% das crianças já tiveram cárie. A Associação
Brasileira de Odontologia (ABO), com base em informações do ministério, alerta
que as crianças nessa idade já têm, em média, mais de duas cáries nos dentes de
leite.
De acordo com a consultora da ABO em odontopediatria, Márcia
Vasconcelos, o índice é baixo quando comparado a dados anteriores. Para ela, é
fácil uma pessoa chegar à idade adulta sem cáries. “Com tudo que se sabe hoje
sobre como prevenir a cárie, a criança com 5 anos não deve ter duas cáries, não
deve ter nenhuma. É possível chegar à idade adulta sem cárie. E não é difícil”,
garante.
No Dia da Saúde Bucal e também do Cirurgião-Dentista,
lembrados hoje (25), a odontopediatra recomenda que as mães façam um pré-natal
odontológico, ou seja, consultem o dentista antes do nascimento do bebê, para
que possam ser orientadas sobre os cuidados com a própria saúde bucal e da
criança. "As mães costumam soprar a papinha e dar beijo na boca da
criança. Se ela tiver a boca contaminada, vai contaminar o bebê”.
Vídeo divulgado este ano na internet mostra uma atriz de
Hollywood mastigando a comida e depois passando para a boca da filha. O
presidente da ABO, Newton Miranda de Carvalho, diz que isso não é aconselhável.
“É uma excrescência. Ela está fermentando a comida e a fermentação do alimento
é um meio ideal para o crescimento de bactérias. Ela está aumentando o risco de
passar alguma doença para a criança”, alerta Carvalho.
Márcia Vasconcelos sugere que nos primeiros meses de vida,
os pais levem a criança para uma consulta odontológica, a fim de que o
profissional possa orientá-los sobre como fazer a higiene bucal. “A mãe tem
muito medo de pôr a mão na a boca da criança, tem medo de machucar o bebê. Por
isso, o profissional mostra como limpar a boca com uma fralda molhada com água
filtrada. Ela vai limpar a gengiva, onde fica resto de leite. É preciso limpar
a língua também”, explica.
Para a especialista, o ideal é que até o nascimento do
primeiro dente, os pais limpem a boca da criança uma vez por dia. Depois que
nasce o primeiro dente, é preciso aumentar a atenção, limpando ainda com uma
fralda ou gaze depois das principais refeições.
Márcia diz que não há uma fórmula que permita dizer, após
determinado número de visitas ao dentista, que a criança não terá problemas de
saúde bucal. Ela destaca, no entanto, a importância de um profissional
acompanhar o nascimento dos primeiros dentes e os hábitos de higiene que estão
sendo seguidos. Márcia lembra que o odontopediatra é o especialista apto a
atender pacientes até 18 anos.
Edição: Graça Adjuto
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