Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O excesso de
burocracia dificulta a vida do empreendedor brasileiro. Reunir toda a
documentação para se abrir uma empresa no Brasil pode levar até 119 dias. Nos
casos menos demorados, é possível finalizar todas as etapas em 49 dias, segundo
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Para o gerente de
competitividade da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan),
Cristiano Prado, é justamente o excesso de burocracia que atrapalha a
“formalização e legalização” dos negócios, além de encarecer o procedimento. “O
Brasil tem cultura de exigir burocracia muito forte. São fases desnecessárias
que tomam o tempo do empresário e torna mo processo mais caro. Às vezes é tão
complicado que o empresário prefere ficar na ilegalidade ou informalidade”,
avaliou.
Pesquisa da Firjan aponta que
o custo médio para abertura de empresas no Brasil é R$ 2.038. O valor pode
variar 274% entre os estados. O levantamento destaca que é mais barato abrir um
negócio na Paraíba (R$ 963). Já os empreendedores de Sergipe têm que
desembolsar até R$ 3.597 para o mesmo fim.
Segundo o estudo Quanto Custa Abrir uma Empresa no Brasil, o custo é três
vezes superior ao que é gasto nos outros países do grupo do Brics (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul). Em 2008, os gastos para abrir uma
empresa no país atingiram R$ 430 milhões. Nos outros países do bloco, as
despesas com o mesmo processo somaram cerca de R$ 166 milhões. Dos 183 países
pesquisados, o Brasil aparece na 58ª posição de alto custo.
O governo federal já
identificou a demora no processo e tenta reduzir o tempo de espera do
empreendedor. Nesse sentido, o governo aposta no Projeto Integrar, que
consiste em um cadastro unificado, no qual todos os órgãos envolvidos no
processo de abertura da empresa possam visualizar a documentação necessária. A
expectativa é que todas as etapas sejam finalizadas em nove dias.
O programa funciona em caráter
experimental em alguns estados. O projeto nacional foi lançado em Brasília em
setembro, mas a efetiva redução na espera para se abrir uma empresa deve
ocorrer apenas no segundo semestre de 2013.
“O registro integrado,
conhecido como one stop shop, onde em um único local recolhe todos os
documentos e distribui para os demais órgãos é bem sucedido em vários países.
No entanto, ele precisa ser massificado no Brasil. Da forma como funciona hoje
(apenas em alguns estados), falta compreensão do governo que a facilitação é
benéfica economicamente para estados e municípios. Desburocratização implica em
crescimento econômico”, disse.
O custo médio para abertura de
empresas no Brasil é R$ 2.038, contra R$ 1.213 na Colômbia, R$ 315 no Canadá e
R$ 559 na Rússia. Esse valor varia 274% entre os estados brasileiros, sendo o
mínimo na Paraíba (R$ 963) e o máximo em Sergipe (R$ 3.597).
Edição: Fernando
Fraga
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