‘As pessoas estão desmatando por
soja, por pecuária, por madeira e ouro’, disse Izabella Teixeira – Antonio
Cruz/ABr
Desmatamento na
Amazônia Legal é o maior em 3 anos – Pico do desmatamento atingiu a marca de
522 quilômetros quadrados entre agosto e setembro
A seca intensa de 2012 e o
aumento do garimpo e da plantação de soja impulsionado pela alta dos preços
internacionais de grãos e do ouro levaram o desmatamento da Amazônia Legal a
atingir em agosto o maior nível desde julho de 2009. Há dois meses, o pico do
desmatamento atingiu a marca de 522 quilômetros quadrados, um aumento de 220%
em relação a agosto de 2011. Em julho de 2009, o total desmatado foi de 835
quilômetros quadrados. Matéria de Célia Froufe e Fábio Fabrini, em O Estado de S.Paulo.
Em setembro, a área desmatada
foi diminuída para 282 quilômetros quadrados. Os números dos dois meses foram
divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) com base
nos dados preliminares do Sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).
Estas informações levam em conta tanto áreas degradadas, que incluem queimadas
e atingiram 60% do total em agosto e 37% em setembro, quanto cortes rasos – um
total de 40% em agosto e 63% no mês passado.
Esses cortes rasos podem ser
feitos de maneira legal ou ilegal, conforme disse a ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira. De acordo com Izabella, apenas de 10% a 15% das áreas com
corte raso estão legalizadas. “A origem do desmatamento ilegal foi pressionada
com o aumento do preço do ouro e da soja internacional. As pessoas estão
desmatando por soja, por pecuária, por madeira e por ouro. Temos grilagem
acontecendo”, acusou.
Segundo ela, como os dados são
preliminares, o resultado final apenas será conhecido no fim do ano. Izabella
afirmou que, mesmo considerando os pontos que podem ter sofrido apenas com
incêndio natural na floresta, o que é tratado como degradação, se não houver
coibição, essa área pode ser transformada em desmatamento em um período de até
cinco anos.
A região da Amazônia Legal é
dividida por oito Estados. O destaque do pico do desmate em agosto foi visto no
Pará, com uma área de 212,9 quilômetros quadrados. Em setembro, porém, a área
desmatada no Estado foi de 36,8 quilômetros, uma redução de 83%. Mato Grosso
ficou na segunda posição, com uma área de 182,8 quilômetros quadrados em
agosto, que, em setembro, foi reduzida em 32%, para 122,2 quilômetros
quadrados.
No bimestre identificado, o
governo fez autuações no valor de R$ 216,4 milhões. “Para vocês verem o que
está acontecendo”, disse a ministra do Meio Ambiente. No período, o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também
apreendeu tratores (32), caminhões (19), motosserras (24), armas de fogo (11),
outros veículos (20), além de 15 mil metros cúbicos de madeira serrada e em
tora. “O Ibama detona. Não importa se é ou não é do proprietário, nós vamos
destruir”, declarou.
EcoDebate,
10/10/2012
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